Egito antigo, é só clicar nas imagens
As enchentes periódicas do Nilo fertilizavam as terras ao longo do vale e também causava inundações, o que obrigou seus habitantes a represar e distribuir as águas. Esse trabalho intenso e organizado levou à criação de uma civilização. Inicialmente, dividia-se em Alto Egito (vales) e Baixo Egito (deltas).
Religião do Antigo Egito
De religião politeísta, os egípcios adoravam deuses antopormófica (sob a forma humana) e antropozoomórfica( corpo humano com a cabeça de um animal). O deus mais importante era Rá (depois Amon-Rá), mas o mais popular era Osíris. Acreditando que os mortos podiam voltar à vida, desenvolveram a mumificação.
Período Pré-Dinástico
De 4.000-3.200 a.C., foram construídas as pirâmides de Queóps, Quéfren e Miquerinos. Essas obras custaram tanto esforço e sacrifício que a população rebelou-se. A nobreza de Tebas restabeleceu a autoridade do faraó e teve início ao Médio Império(2100-1750 a.C.). Foi uma época de prosperidade, mas as revoltas internas facilitaram a vitória dos hicsos, que dominaram o Egito por 150 anos. A expulsão dos hicsos deu início ao Novo Império (1580-525 a.C.), marcado por uma política guerreira e expansionista. Nesse período ocorreu a ocupação dos persas.
Sociedade
A sociedade era dividida em camadas sociais rígidas: a dos privilegiados (sacerdotes, nobres, funcionários) e a dos populares (artesãos, camponeses e escravos.)
Economia
A economia baseava-se na agricultura (trigo, cevada, linho, algodão, legumes, frutas e papiro), na criação (bois, asnos, gansos, patos, cabras e carneiros), na mineração (ouro, cobre e pedras preciosas) e no artesanato.
A mulher, a família e o Casamento no antigo Egito
A visão da mulher institucionalizada no Antigo Egito aparece claramente em alguns textos chamados de Instruções de Sabedoria. Os escribas aconselhavam aos egípcios a se casarem cedo e terem muitos filhos, além de abordar o cuidado que um homem deve ter com as mulheres estranhas e belas.
Camponeses
O Egito está localizado no nordeste da África. Ele está limitado ao norte com o Mediterrâneo, ao sul com a Núbia, a oeste com a Líbia e a leste com o Mar Vermelho. O Egito é um extenso país irrigado pelo Rio Nilo. As cheias do Nilo começam em julho e vão até novembro. Neste período, o rio transborda e deposita o lodo e o limo que possibilitam o aproveitamento agrícola da região. O Rio Nilo é tão importante para a civilização egípcia que os historiadores dizem: “O Egito é uma dádiva do Nilo”
Sociedade
A sociedade egípcia era hierárquica e de limitada mobilidade social. No alto da pirâmide, estava o faraó, que era considerado um deus vivo, depois vinham os nobres, os altos funcionários, os sacerdotes, os guerreiros, os escribas, os artesãos, os trabalhadores comuns, os camponeses, que eram a maioria da população, e os escravos.
Os camponeses tinham as piores condições, pois tinham uma dura fiscalização dos administradores. Os escravos egípcios eram frutos da captura nas guerras, do comércio, dos filhos dos escravos e como forma de tributos das regiões dominadas.
Quanto ao tratamento que lhes eram dados, variava muito. Os escravos domésticos, os artesões e os artistas recebiam um tratamento melhor do que os dados aos escravos que trabalhavam nas minas e pedreiras.
A mulher egípcia, comparada com a mulher das civilizações antigas, tinha uma boa situação. Tinha personalidade jurídica, podia adquirir propriedade, legar bens e fazer testamentos. Os egípcios valorizavam a família, daí o respeito e consideração por suas mães.
No casamento dos egípcios predominava a monogamia (ter uma mulher apenas), já o faraó tinha várias esposas, inclusive era comum haver a prática de endogamia (casar com alguém da sua família, como uma irmã, por exemplo).
Economia
A economia baseava-se na agricultura e na pecuária. Eram cultivados cereais, como a cevada e o trigo, legumes e abundantes árvores frutíferas. Eram criados porcos, cabras, bois e mais tarde cavalos. Com o papiro, que era encontrado nas margens do Nilo, fabricavam-se papel, cordas, cestas, sandálias e esteiras. Os egípcios eram “mestres” na arte de tecer, portanto a tecelagem era bem desenvolvida. A caça e a pesca eram largamente praticadas.
Havia um comércio interno bastante desenvolvido, apesar de não haver moedas, o que dificultava a negociação, a qual era feita da forma amonetária. O comércio com o exterior era fraco, pois dependia exclusivamente do faraó. Mas os egípcios exportavam cereais, vinho, óleos vegetais, papiro e móveis e importavam pedras preciosas, marfim, perfumes e madeiras.
O estado egípcio era proprietário dos meios de produção, incluindo terras e instrumentos de trabalho. Os camponeses recebiam terras para o cultivo, mas pagavam tributos para usá-las, a forma de pagamento era na forma de produtos ou de trabalho.
Economia Agrícola no Antigo Egito | |||||||||||||||||||||||||||||||
A base econômica do Egito faraônico era a agricultura, principalmente o cultivo de cereais, como trigo e cevada. O trabalho nos campos era facilitado pelas cheias anuais do rio Nilo, que fertilizavam as margens de terra, tornando-as bastante produtivas. Até mesmo os nobres e outros grupos mais abastados tinham prazer em se fazer representar a si próprios nas tumbas, e mesmo templos, envolvidos na vida do campo, no trabalho de jardins, vinhas, terras ou na avaliação dos produtos, junto de inúmeros funcionários. Os egípcios antigos gostavam muito de representar cenas agrícolas em em todas as formas assim poderemos ver até hoje pássaros, plantas, cenas de caça , pesca , cultivo , as flores e folhagens da época. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Os camponeses constituíam a maioria absoluta da população. Viviam em aldeias e executavam os trabalhos agrícolas nas terras que pertenciam ao Estado, às altas camadas sociais e aos templos, entregando a seus proprietários excedentes da produção em geral menos da metade - como imposto. Um camponês nos tempos do Novo Reino (1550-1070 a.C.) cultivava uma área de cerca de 5 (aruras) (1,25 hectares), suficiente para uma família em torno de 5 ou 6 indivíduos. | |||||||||||||||||||||||||||||||
O trabalho no campo era regulado em função das três estações do ano, típicas do país, relacionadas ao ciclo do rio Nilo: Akhit - a inundação, de julho a novembro; Peret - a chamada ,saída, ou reaparecimento da terra cultivável do seio das águas - época da semeadura - que acontecia de novembro a março; Shemu - a colheita, que acontecia de março a junho. Analisada a paralisação das atividades agrícolas durante a inundação, e considerando-se que a colheita, realizada entre fins de março e início de junho, terminava bem antes de ocorrer a nova cheia do rio Nilo, constata-se que o ciclo da agricultura básica durava pouco mais de meio ano. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Note-se que no período das inundações do Nilo, quando praticamente cessavam os trabalhos agrícolas, os camponeses eram requisitados pelo Estado para a prestação de corvéias ou trabalhos nas obras públicas, como a construção de pirâmides ou templos. São conhecidos de diversas épocas decretos reais isentando certos grupos de camponeses desse trabalho forçado. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Os campos de trigo e de cevada - cultivos básicos - sucediam-se desde os pântanos do Delta, ao norte, até a região da Núbia, no extremo sul. Uma vez o rio Nilo voltando ao leito normal após a cheia, iniciava-se o trabalho de cultivo da terra. A primeiro tarefa dos camponeses era a aragem e semeadura da terra, antes mesmo que as águas da inundação se retirassem totalmente. Esses dois afazeres ocorriam no mesmo momento. Camponeses que revolviam a terra com arados e enxadas eram seguidos de imediato de outros camponeses que lançavam as sementes dos cereais, pisoteadas por animais (ovelhas, cabras, etc.) de modo a penetrarem no solo. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Cena de Cultivo da Tumba de Snedjem | |||||||||||||||||||||||||||||||
À época da colheita, os talos de trigo e de cevada eram cortados pelo meio utilizando-se uma pequena foice de madeira com dentes de sílex. Os talos eram depositados no chão. Feito isso, recolhiam-se as espigas em cestos, sendo transportadas à extremidade do campo. O cereal era então pisoteado por bois de modo a separar o grão da casca, e em seguida peneirado. Era nesse momento que chegavam aos campos os proprietários ou seus representantes, acompanhados de um contingente de escribas, agrimensores, empregados e soldados, os quais iriam, antes de tudo, medir os campos de modo a determinar a percentagem do cereal que o camponês deveria entregar. Os grãos colhidos eram acondicionados em sacas denominadas de khar, com 73 litros. | |||||||||||||||||||||||||||||||
A construção de celeiros para o armazenamento dos cereais colhidos pelos camponeses constituía uma grande preocupação dos proprietários das terras no Antigo Egito. Além de representações de celeiros em tumbas, conhecemos esse elemento particular através dos modelos em madeira e cerâmica depositados em tumbas - verdadeiras maquetes - além daqueles encontrados em antigas cidades e templos. Nos tempos no Novo Reino (1570 a 1070 a.C.) os celeiros mais comuns eram cilíndricos, construídos em tijolos de barro revestidos de gesso, medindo de 1,5 m a 2,5 m de diâmetro e de 3 a 5 m de altura. Escadarias davam acesso à parte superior, nas quais haviam aberturas por onde se depositavam os grãos. No templo do faraó Ramsés III (séc. XIV a.C.) em Medinet-Habu, na margem oeste do Nilo em frente à moderna cidade de Luxor, e também na antiga cidade de Akhetaton - hoje Tell-el-Amarna - no Médio Egito, foram encontrados celeiros de 8 a 9 m de diâmetro tendo 7 a 8 m de altura. Séries de celeiros poderiam também ser encontradas, bem como pequenos celeiros no interior de jardins e casas. | |||||||||||||||||||||||||||||||
As desgraças do camponês | |||||||||||||||||||||||||||||||
Trecho de uma obra conhecida entre os egiptólogos como :Sátira dos Ofícios -trata-se do papiro Lansing (Museu Britânico, 9994), do Reino Novo,20° dinastia (1196-1070 a.C.), mas sabe-se que o texto remonta ao Médio Reino (2040-1783 a.C.). | |||||||||||||||||||||||||||||||
Deixa-me também expor-te a situação do camponês, essa outra rude ocupação... De dia ele talha seus instrumentos agrícolas, de noite ele fabrica corda. Mesma a sua hora de descanso ele gasta no trabalho agrícola. Ele se equipa para ir ao campo como se fosse um guerreiro. O campo ressecado está diante dele. Ele vai buscar sua junta de bois... Passa três dias procurando-a, acha-a no pântano. Não acha pele nos animais, pois os chacais os devoraram... Quando chega ao seu campo, encontra-o fendido (pelo calor). Leva tempo cultivando, a serpente o persegue. Esgota a semente atirando-a ao chão. Não vê sequer uma folha verde. Ara e semeia três vezes com grão emprestado. Sua mulher procurou os comerciantes e nada achou para trocar. Agora o escriba desembarca nas margens. Ele mede a colheita. Auxiliares estão atrás dele com varas, e núbios com ripas de palmeiras. Um deles lhe diz: Entrega o cereal!Não há! Ele é surrado sem piedade, amarrado, jogado no canal, com a cabeça debaixo dágua. Sua mulher é atada em sua presença. Seus filhos estão em correntes. Seus vizinhos o abandonam e fogem. Não há cereal. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Estátua do Deus Hapi - Deus do Rio Nilo | |||||||||||||||||||||||||||||||
Um dos deuses muito conhecidos do Panteão Egípcio é o deus Hapi, associado ao Rio Nilo, as inundações e a colheita, muito representada nas tumbas como um ser de pele esverdeada, lembrando o lodo fertilizante do Nilo após suas cheias. O culto ao Deus Hapi é bem antigo acreditando-se que possam vir desde o período pré-dinástico. Textos falando sobre o Deus Hapi, foram encontrados na Tumba de Unas da 4a. Dinastia. Ele também é representado segurando plantas como lótus e o papiro. Ele se tornou parte do panteão de Deuses da criação do mundo. Vários hinos foram feitos em sua homenagem , com o tempo ele passou a ser identificado como Osíris. Na ocasião da cheia do Rio Nilo um grande festival era realizado em honra ao Deus Hapi, e estatuetas do deus eram carregadas pelas cidades e vilas. |
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